segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Hoje a minha deusa deixou de ter o calcanhar em sangue




Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem

Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa

Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos.

Manuel António Pina



Algures em Março de 2000.
16 de Dezembro de 2013


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Clap! Clap! Clap! Clap!

Porque é que as pessoas aplaudem no cinema?

reblogged from Flickchart

Raramente vou ao cinema, mas que me recorde, não é habitual as pessoas baterem palmas no final de um filme  (muito menos durante o mesmo). Ora, recentemente, numa exibição de curtas, grande parte da assistência desatava a bater palmas como se estivessem a ser ameaçados pelo Passos Coelho em pessoa, no fim de cada película. Tendo em conta que estamos a falar de filmes com a duração de 5 a 9 minutos conseguem imaginar a quantidade de vezes que aquela gente dava à palminha.

Entendendo o ato de bater palmas como um ato comunicacional que, à partida num espetáculo, manifesta o agrado pela criação a que se assistiu e o reconhecimento ao/à criador/a é, no mínímo, estranho que se aplique esse código na ausência do/a criador/a. Os aplausos são também comuns em comícios, exprimindo agrado e concordância com a(s) ideias que o/a líder/orador/a comunica. Mas o que estão os aplausos a fazer numa sala de cinema, se não está lá ninguém da produção do filme? É que tenho quase a certeza que as palmas não são para o/a técnico/a da sala de projeção.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Estalo Novo

I HAVE A DREAM   



«Ao senhor presidente da República, ao senhor primeiro-ministro, à senhora ministra das finanças, a todos os membros do governo: pedimos desculpa por ainda estarmos vivos, boicotando a preservação do Orçamento de Estado»
 


Companhia Maior        
«Ao senhor presidente da República, ao senhor primeiro-ministro, à senhora ministra das finanças: faremos todos os nossos esforços para continuarmos vivos»